CAP. 20 – UMA TARDE NA FAZENDA

Geraldo Azevedo - Estrela Guia


Ao chegarem na fazenda, Marcelo e Guto olharam admirados para a beleza do lugar. A sede da fazenda tinha um belo casarão com uma casa menor ao lado e uma piscina enorme logo a frente, rodeada por pedras de vários tamanhos enfeitadas por flores silvestres.

A casa, era em modelo colonial. Entraram pela porta principal, que era toda de vidro e se depararam com uma sala de jogos, com aparelho de som e almofadas que era o canto preferido de Yasmin. A sala ao lado, tinha um aspecto mais sóbrio, e continha estantes repletas de livros de todos os assuntos, uma TV de plasma, DVD e aparelho de som. Mais ao fundo da sala, havia o canto de charutos do pai de Yasmin, onde os convidados poderiam fumar seus cigarros. Saindo da sala, havia um enorme corredor que dava acesso aos quartos, num total de seis quartos, sobrando dois para visitas íntimas.

Os rapazes olharam admirados os cômodos da casa. Guto não se conteve e perguntou:

- Yasmin, por que vocês ainda tem uma casa menor ao lado ?

Yasmin achou graça da pergunta e respondeu:

- É que gostamos de deixar nossos hóspedes à vontade! Então aquela casa é destinada para esse fim! Vamos lá! Se não gostarem dos quartos daqui, podem ficar lá quando vierem me visitar no fim de semana!

Ao chegar na casa de hóspedes, ficaram surpresos! A casa era do tamanho da casa deles! Três quartos, dois banheiros, cozinha, área grande com espaço para tomar sol, sala de som e vídeo... e era apenas uma casa de hóspedes!

Marcelo olhou para Guto e disse:

- Será que os quartos dessa casa são iguais aos da casa sede ?

Guto deu um beliscão em Marcelo que deu risada e respondeu:

- Credo Guto! Estava brincando!

Yasmin achou graça da surpresa dos dois e interveio conciliadora:

- Sim meninos! Os quartos são todos iguais! Com a diferença que aqui as pessoas se sentem mais tranqüilas e com sua privacidade preservada! Mas vejam, minha mãe está vindo em nossa direção, creio que o almoço será servido.


De fato, Dona Nara fora chamá-los para almoçar. Depois de conhecer os dois rapazes, olhou-s fixamente e sentiu que muitos conflitos marcariam a vida dos três jovens, mas disfarçou seu sentimento e gentil, perguntou:

- Meninos, o dia está muito quente! Onde preferem que sirva o almoço ? Aqui na área da casa de hóspedes ou lá dentro ?

Marcelo não deu tempo para o primo responder e disse:

- Dona Nara, ficaríamos felizes em almoçar aqui fora! Estando numa fazenda, chega a ser pecado almoçar dentro de casa!

Dona Nara riu do jeito descontraído de Marcelo e respondeu:

- Está decidido então! podem ajeitar-se como preferirem que a cozinheira já virá servi-los.

Yasmin sentou-se entre os dois amigos e a sua frente, sentaram-se a mãe com as gêmeas Rebeca e Samira. Notando que o pai estava ausente, a menina perguntou:

- Cadê o papai ?

- Seu pai está andando pela fazenda e disse que talvez almoçasse com os empregados!
_ D. Nara respondeu.

O almoço prosseguiu em tom festivo, mas Guto tinha receio de que a qualquer momento alguém ali deixasse escapar sobre religião, pois conhecia a intransigência do primo nesse assunto.

Após o almoço, Yasmin convidou os meninos a repousarem no quarto de hóspedes porque depois eles iriam a uma pequena excursão. Guto ficou curioso e perguntou:

- Que excursão ?

- É surpresa!!! _ Respondeu a menina.

Uma hora depois, todos estavam descansados e refeitos do almoço. Então o senhor Dalton que já havia chegado e esperava pelos jovens, disse:

- Muito bem meus adoráveis rapazes, moça e menininhas! Está na hora da excursão! Vamos ver se os dois amigos da Yasmin darão conta dessa aventura!

Os dois jovens se entreolharam preocupados com a surpresa que a amiga havia lhes preparado.

Dirigiram-se para a garagem, onde havia um jipe, uma saveiro, um porsche, um Vectra e uma moto e ao lado, um avião. O pai de Yasmin fê-los entrar no jipe e saíram pela fazenda e passaram pela vila dos operários, depois pelo bosque e finalmente se depararam com a visão de uma cachoeira.

No interior da cachoeira, havia uma gruta, mas para chegar lá, era preciso enfrentar as águas geladas e o limo que deixava as pedras escorregadias. Os meninos ficaram fascinados com a visão daquela água jorrando em cascatas, mas não estavam afim de se aventurar naquela água gelada, mas impulsionados por Yasmin que entrou de roupa, eles acabaram entrando também, mas não conseguiram ir até a gruta, pois o peso das roupas dificultava o movimento dentro da água.

No fim da tarde, Yasmin foi levar os meninos de volta para a cidade acompanhada da mãe que queria conhecer o bairro onde os meninos moravam.