CAP. 03 – A FESTA DE DEBUTANTE
A festa organizada ao ar livre dava o tom clássico que os pais de Yasmin queriam para a festa. As mesas dispostas ao redor da piscina estavam enfeitada com flores brancas.
O vestido branco, um lindo tomara–que–caia, realçava o busto da jovem ornado por uma bela gargantilha de strass. As luvas brancas enfeitavam suas mãos conferindo-lhe ares de princesa. A tiara em seus cabelos brilhava destacando os cachos que caiam sobre os ombros como uma cascata.
Rodeada pelos pais, Yasmin passava pelas mesas cunprimentando as pessoas ali presentes e posando para fotos com todos. Porém, a sua alegria seria no dia seguinte, com a festa somente para ela e os amigos. Um luau na beira da piscina. Para conseguir isso, foi preciso aceitar a festa tradicional, um sonho de seus pais.
Depois de ter passado pelos duzentos convidados, Danton, pai de Yasmin, chamou a atenção dos presentes:
- Atenção, senhoras, senhores, moças e rapazes! Gostaríamos de agradecer a presença de todos na festa de debutante de minha filha e convido todos a ouvirem o cerimonial de quinze anos que irá começar agora!
Yasmin olhou a mãe com desespero:
- Mãe, vou ter mesmo que pagar esse mico tamanho família!?!?
- Minha filha, é a sua festa de quinze anos! Nós sonhamos tanto com isso! Faça um esforço! Logo irá acabar e você irá dançar!
- Mãe, esse vestido incomoda, é pesado e atrapalha pra dançar!
Olhando para a filha, sorriu divertindo-se com a situação:
- Você conhece o seu pai, não conhece? De minha parte, abriria mão de meu sonho, mas ele, não! Então, vamos terminar logo essa cerimônia, está bem?
Vendo que não teria mais como evitar a cerimônia, Yasmin dirigiu-se para a entrada do salão e ao seu lado, estavam o pai e a mãe. Ao iniciar a música, eles entraram e os pais deixaram-na no espaço a ela destinado, uma cadeira que lembrava o trono de uma princesa onde a menina deveria se sentar.
Yasmin sentiu as faces ficarem enrubescidas e gostaria de ver o chão abrir-se debaixo de seus pés ao ouvir a voz da chefe do cerimonial:
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- A menina Yasmin está muito triste! Hoje, ela completa 15 anos e ainda não encontrou o seu príncipe para trazer seu sapatinho!
Yasmin queria sumir dali, mas tinha que representar o seu papel até o fim e ficou a contemplar a sua sapatilha como se estivesse realmente triste e intimamente imaginava:
- Ah! Se eu pudesse matar o papai, eu juro que matava! Que mico!!!
E a chefe do cerimonial continuava:
- Mas o que ela não imagina é que seu príncipe já chegou e agora se aproxima deste recinto.
E para surpresa de Yasmin, um jovem rapaz loiro e de olhos azuis se aproxima montado num cavalo branco e apeando deste, recebe das mãos do cerimonial a almofada contendo os sapatinhos da jovem e se prepara para caminhar até ela.
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O rapaz vestido em trajes de príncipe caminhou até a menina e ajoelhando-se diante dela, calçou-lhe os sapatinhos. Como que por sinal do destino, o rapaz ergue os olhos para ver de perto a princesa e uma força maior prendeu os olhares dos dois.
Yasmin ficou surpresa ao ver o rapaz diante de si e intimamente agradeceu o prêmio depois de tanto mico, como ela gostava tanto de frisar. O rapaz por sua vez, não conseguia tirar os olhos da menina, mas ele estava ali por motivos profissionais, não tinha nada que se encantar pela dona da festa e tratou de continuar com o que havia sido estabelecido e oferecendo a mão à menina, ajudou–a a levantar–se e ofereceu–lhe o braço para a valsa.
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Durante a valsa, eles se olhavam como se estivessem encantados um pelo outro, como se uma força maior os detivesse perto um do outro. Porém, para desespero de Yasmin, o pai viera tomar o lugar do príncipe, conforme a regra estabelecida.
A menina deixou–se levar automaticamente, não prestando mais atenção em outra coisa que não fosse a figura do belo rapaz que agora dançava com sua mãe. Ao término da valsa, Yasmin perguntou ao pai:
- Quem é o rapaz que foi o meu príncipe?
- Eu não sei minha filha! Foi contratado pelo cerimonial!
A menina deixou o pai falando sozinho e saiu a procura da chefe do cerimonial, encontrando–a conversando com o rapaz. Sem se preocupar se era certo se aproximar de alguém que na verdade nem conhecia, ela perguntou:
- Moça, este rapaz que dançou comigo faz parte do cerimonial de vocês?
Olhando maliciosamente para o rapaz, a moça respondeu:
- Na verdade, não! O rapaz que seria o seu príncipe era o Adalto, porém, ele se machucou hoje pela manhã e foi preciso pedir a ajuda do meu irmão, o Marcelo.
Yasmin olhou encantada para Marcelo e, certa de que ele não recusaria um pedido seu, continuou:
- É um prazer conhecê-lo, Marcelo! Muito obrigada por ter feito esta gentileza! Por favor, venha na festa de amanhã! Vai ser muito divertido! Diga que virá!
A chefe do cerimonial olhou para Yasmin achando graça da situação e dando uma desculpa qualquer, deixou os dois a sós. Marcelo fulminou a irmã com os olhos, mas agora era preciso ficar ali e esperar o que mais viria dessa jovem que encantara seus olhos:
- Olá, Yasmin! Meus parabéns!
- Obrigada! Obrigada, mesmo! Será que eu posso te convidar pra dançar comigo novamente?
Foi a vez de Marcelo sentir as faces enrubescerem, mas ele vinha orando há tanto tempo por uma moça de Deus, quem sabe se aquela jovem não seria a benção em sua vida? E tomando a mão de Yasmin, apenas respondeu:
- A festa é sua e no papel de seu príncipe, seu desejo torna-se uma ordem para mim.
Os dois riram da maneira como Marcelo falou e seguiram para a pista de dança. A insistência de Yasmin em manter Marcelo perto de si a noite toda gerou risos dos pais e torcida da irmã do rapaz, que percebera o encanto da jovem pelo irmão.
Ao fim da festa, Yasmin fez Marcelo prometer que viria no dia seguinte para o luau, mas o rapaz apenas respondeu:
- Não posso prometer! Se eu puder, virei!
1 Comments:
Uaiii...
Vc estava falando de mim?!
hehe
Adorei!!
Beijos
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